De Viva Voz II: Um legado de reflexão e transformação feminista
Após meses de trabalho colaborativo e intensa mobilização, o projeto De Viva Voz II: Por uma Ação Feminista Transformadora chega ao fim. Com uma proposta ambiciosa de amplificar as vozes das mulheres ativas na promoção dos direitos humanos das mulheres e na efetivação da igualdade entre mulheres e homens, o projeto consolidou-se como um marco de inovação e diálogo crítico no cenário feminista em Portugal.
Promovido pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), em parceria com o Centro de Filosofia e Género da SPF, o CEMRI da Universidade Aberta e a APEM – Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres, o De Viva Voz II aprofundou as bases lançadas pelo seu antecessor, criando novos espaços de debate e memória coletiva. Este trabalho centrou-se nos desafios estruturais enfrentados pelas mulheres, nos estereótipos de género/sexistas e nas múltiplas formas de violência masculina que persistem na sociedade atual.
Uma das contribuições mais significativas do projeto foi a realização de onze webinários e podcasts, mais um do que o previsto em candidatura, que exploraram temas como as relações desiguais de poder, a violência masculina contra mulheres e raparigas, a invisibilidade das mulheres em várias esferas da vida social e coletiva e os obstáculos históricos à igualdade entre os sexos. Estas entrevistas contaram com a participação de especialistas, enquanto entrevistadoras e entrevistadas, ativistas e académicas, tanto de Portugal quanto do cenário internacional, promovendo diálogos ricos e diversos.
Assim, o projeto produziu recursos digitais inovadores que interligam teoria, investigação, políticas públicas e intervenção feminista, alinhados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 das Nações Unidas. Estas ferramentas foram desenhadas para capacitar e sensibilizar a sociedade como um todo sobre os impactos da discriminação estrutural com base no sexo, garantindo que o conhecimento produzido alcance audiências diversas e contribua para mudanças estruturais.
Um dos momentos altos do projeto foi a organização de debates presenciais, como o Seminário em Évora sobre a participação cívica e política das mulheres. Este evento destacou a necessidade de visibilizar as contribuições das mulheres, sem as quais as sociedades não funcionariam, e combater a sua sub-representação nos espaços de decisão. As discussões revelaram não apenas as barreiras existentes, mas também estratégias práticas para promover uma participação mais equitativa em todas as esferas da vida social.
O projeto fomentou ainda um diálogo intergeracional valioso, aproximando diferentes gerações de mulheres em torno de experiências comuns e aprendizagens mútuas. Foram recuperadas histórias de pioneiras feministas, como as de Aurora Rodrigues e Maria de Lourdes Pintasilgo, além de contribuições de especialistas destacadas, como Margarida Medina Martins, inspirando novas lideranças e assegurando a continuidade do nosso movimento coletivo.
O impacto do projeto também foi sentido na academia, com colaborações de investigadoras como Adriana Bebiano, Virgínia Ferreira e Joan Scott, que ressaltaram a importância do pensamento crítico feminista no Ensino Superior e na Investigação Científica em Portugal, apelando à produção de conhecimento verdadeiramente transformador.
Com o término do De Viva Voz II, o legado deixado é mais do que um conjunto de memórias; é um ponto de partida para novas ações e mobilizações. O conhecimento gerado, as redes fortalecidas e os recursos produzidos permanecerão como ferramentas para futuras iniciativas feministas em Portugal e além.
Agradecemos profundamente a todas as organizações, feministas, académicas e participantes que contribuíram para o sucesso deste projeto. O De Viva Voz II pode ter chegado ao fim, mas a sua missão de transformação e amplificação das vozes das mulheres continua viva e necessária. O futuro que ambicionamos, mais justo e igual, constrói-se a cada passo dado coletivamente.
De Viva Voz II: Por uma ação feminista transformadora. Projeto promovido pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) em parceria com o Centro de Filosofia e Género da SPF, CEMRI da Universidade Aberta e APEM – Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.