#8M2025: Resistência e mobilização em tempos de retrocessos e conflitos
O último ano tem sido marcado por desafios complexos e profundos à realização da igualdade entre mulheres e homens e à garantia dos direitos humanos das mulheres. Assistimos a preocupantes retrocessos em várias frentes: a ascensão de forças reacionárias extremistas, populistas e antifeministas que ameaçam conquistas históricas obtidas com o sacrifício e coragem de muitas gerações de mulheres, a persistência de desigualdades estruturais, a violência masculina sistémica contra mulheres e raparigas, o agravamento da precarização do trabalho formal e as responsabilidades do trabalho cuidador informal, que continuam a recair desproporcionalmente sobre as mulheres e raparigas.
No Mundo: A guerra travada pela Ucrânia contra a invasão do seu território pela Rússia, a barbárie do ataque do Hamas contra as e os israelitas, a ferocidade da retaliação e ocupação israelita contra a população palestiniana tanto nos territórios ocupados, como, e em particular, na faixa de gaza, o recrudescimento de conflitos em várias partes do mundo e a agudização das consequências da crise climática impactam principalmente as mulheres, as principais vítimas das crises globais, enfrentando deslocação forçada, violência e empobrecimento. A brutal perseguição e repressão enfrentadas pelas mulheres no Afeganistão são um exemplo alarmante da necessidade urgente de resistência feminista global. Desde a retomada do poder pelo regime talibã, as mulheres foram progressivamente apagadas da vida pública, banidas da educação, impedidas de trabalhar na maioria dos setores, proibidas até, veja-se, de cantar e falar – sujeitas a um regime de segregação e violência institucionalizada num cenário que peritos da ONU já classificaram como apartheid com base no sexo.
A ONU Mulheres, no Relatório Women’s rights in review 30 years after Beijing, publicado em 2025 destaca dados mundiais muito preocupantes:
- 63% das mulheres com idade entre os 25 e os 54 anos tem um trabalho remunerado, em comparação com 92% dos homens. Mais de 772 milhões de mulheres trabalham na economia informal, não têm proteção social e os seus empregos são os mais ameaçados em caso de crise.
- Desde 2022, os casos de violência sexual relacionada com conflitos aumentaram em 50%, e 95% das vítimas são mulheres e meninas. Em 2023, 612 milhões de pessoas viviam a 50 km de um dos 170 conflitos armados que ocorrem no planeta, 54% a mais que em 2010.
- A cada 10 minutos, uma mulher ou rapariga é morta pelo parceiro ou por um membro da família, e uma em cada três é alvo de violência física e sexual, tanto em casa quanto fora dela.
Na Europa, tem-se aprofundado a feminização da pobreza, bem como se reforçam discursos misóginos e anti-direitos que ameaçam a participação plena das mulheres na vida política, social e económica, fortalecendo estereótipos sexistas e comprometendo os princípios democráticos fundamentais.
Em Portugal, as condições de vida das mulheres têm-se agravado com o aumento do custo de vida, os salários baixos e a persistente desigualdade salarial entre mulheres e homens, a precariedade no trabalho, o acesso à habitação condigna cada vez mais dificultado, e a degradação dos serviços públicos essenciais, nomeadamente na saúde, na educação e nos transportes públicos. Verifica-se também um reforço da estereotipia sexista, patente em particular na organização social e nas famílias, e dos discursos misóginos que querem retirar relevância às mulheres enquanto sujeito específico inscrito nas políticas públicas. E persiste a intolerável violência masculina contra as mulheres e as raparigas em todos os espaços e esferas das suas vidas.
Também as organizações representativas de 52% da população em Portugal enfrentam, uma vez mais, instabilidade e precariedade de recursos, financeiros e humanos. As oportunidades de financiamento são escassas, tardam e são destinadas apenas a projetos com tipologias de atividades restritas, e não ao funcionamento regular destas.
Tal coloca as associações de mulheres face a significativos constrangimentos e, no limite, ao seu encerramento por falta de capacidade financeira e de resposta às exigências de linhas de financiamento que obrigam, primeiro, a executar para mais tarde reembolsar, e nem sempre cumprindo a previsibilidade inscrita nos programas de financiamento. Ressalvamos que várias associações de mulheres disponibilizam serviços de apoio e casas de abrigo para mulheres e raparigas vítimas de violência, nomeadamente sexual e tráfico.
Mesmo a maior e única organização de direitos das mulheres em Portugal que agrega 34 membros – a PpDM – está sujeita à mesma instabilidade financeira, não tendo, até ao momento em 2025, garantida a verba para o seu funcionamento e representações institucionais europeias e internacionais.
Perante este cenário, torna-se imperativo reforçar a resistência e a mobilização coletiva. Neste 8 de março de 2025, Dia Internacional das Mulheres, sublinhamos: as organizações de mulheres desempenham um papel crucial na proteção dos direitos humanos das mulheres, através da monitorização das políticas nacionais, europeias e internacionais, da denúncia das violações de direitos e da construção de respostas adequadas, eficazes e sustentáveis. A defesa dos direitos inalienáveis de todas as mulheres não pode ser dissociada da construção de uma sociedade justa e próspera. A igualdade entre mulheres e homens não é uma concessão – é um pilar essencial para as democracias e para a sustentabilidade do nosso futuro comum.
PpDM na CSW69: Fazer cumprir a Plataforma de Ação de Pequim
A promoção de uma agenda global que reconheça a igualdade entre mulheres e homens como um pilar fundamental para a justiça, a paz e o progresso social depende do papel vital desempenhado pelas organizações de mulheres. A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), enquanto ONG com Estatuto Consultivo Especial junto do ECOSOC das Nações Unidas, participará na 69ª sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres (CSW69), que decorrerá na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre 10 e 21 de março, assinalando o 30.º aniversário da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim (PaP), o mais abrangente instrumento programático global para o empoderamento das mulheres e a igualdade entre mulheres e homens.
Na próxima sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres – CSW69 estará em revisão e apreciação a implementação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, três décadas após a sua adoção. Esta sessão assume particular relevância num contexto global de desafios interligados, incluindo crises humanitárias, alterações climáticas e retrocessos nos direitos das mulheres, que exigem respostas políticas reforçadas e mecanismos eficazes de responsabilização, em particular a erradicação da pobreza, a participação política das mulheres, a eliminação da violência com base no sexo e a igualdade no acesso ao trabalho digno e à proteção social, cf. agenda provisória.
O relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas sublinha que, apesar dos progressos registados em várias áreas – como o aumento da participação das mulheres na política e na educação –, a desigualdade entre mulheres e homens persiste em múltiplas dimensões e ameaça a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. O documento destaca ainda que a crescente precariedade económica, os efeitos da pandemia da COVID-19 e o ressurgimento de discursos e políticas regressivas sobre os direitos das mulheres impõem desafios significativos à implementação plena da Plataforma de Ação de Pequim. Neste sentido, a CSW69 constitui uma oportunidade fundamental para reforçar compromissos políticos e mobilizar recursos para acelerar a realização dos direitos das mulheres e a igualdade entre mulheres e homens em todo o mundo.
Em outubro passado, a PpDM participou nos trabalhos preparatórios com vista à Revisão Regional no quadro da Região UNECE, no Fórum da Sociedade Civil e na própria reunião em Genebra. A continuidade deste trabalho, já em Portugal, culminou com um evento a 22 de fevereiro deste ano, intitulado «Pequim em Julgamento (1995-2025): Pequim mudou a vida das raparigas e mulheres para melhor?». Esta iniciativa teve como objetivo promover uma reflexão crítica e participativa sobre os avanços e desafios da implementação da PaP. Através de uma simulação de julgamento, mais de duas dezenas de mulheres das associações que compõem a PpDM, especialistas e ativistas em Direitos Humanos das Mulheres e das Raparigas, debateram o estado de arte quanto à plena execução da PaP, abordando os avanços e os desafios em cada uma das doze áreas críticas de intervenção prioritária. O júri, composto pelo público presente, teve a oportunidade de intervir e deliberar. Resultado: as Associações de Mulheres entendem que a PaP está longe de ter sido plenamente alcançada em Portugal. Este evento foi essencial para enriquecer o debate e contribuir para a preparação das delegadas da PpDM à CSW69.
Delegação da PpDM à CSW69
Em 2025, a nossa delegação conta com 20 mulheres! Entre representantes das organizações-membros (Associação Ser Mulher, Akto – Direitos Humanos e Democracia e EOS – Associação de Estudos, Cooperação e Desenvolvimento) e do secretariado técnico permanente da PpDM, do Lobby Europeu das Mulheres (LEM), incluindo a Secretária-Geral e a Presidente, e do Conselho Internacional das Mulheres (CIM), todas estão comprometidas com a PaP!
Delegação Oficial da UE à CSW69
Uma jovem portuguesa é parte da delegação oficial da União Europeia: Diana Pinto, membro do secretariado técnico permanente da coordenação nacional do Lobby Europeu das Mulheres / PpDM.
Participação das delegadas da PpDM na CSW69
A PpDM co-organiza e intervém em múltiplos eventos e reuniões, entre as quais destacamos, apelando à participação e ampla disseminação:
9 de março
- Reunião de Briefing com a Delegação da União Europeia à CSW69
Participação de: Diana Pinto, Técnica de Projetos, Comunicação e Campanhas da PpDM
Horário: 17h00-18h30
Local: Delegação da UE junto da ONU
10 de março
Intervenção de: Ana Sofia Fernandes, Secretária-Geral da PpDM
Horário: 15h00-17h00
Local: Church of Sweden, 5 East 48th Street, New York
Inscrições: WoPAI Launch Event 10th of March
- Girls in STEM – Breaking into the future – CANCELADO
Evento paralelo promovido pela Missão Permanente de Portugal junto das NU, com o apoio da Missão Permanente de Moçambique e do Panamá, e com a participação da ONU Mulheres e da UNESCO
Horário: 16h30 – 17h45
Local: Missão Permanente de Portugal junto às Nações Unidas, 866 2nd Avenue, 8th Floor
11 de março
- Receção com a Comissária Hadja Lahbib e a Ministra da Igualdade da Polónia, Kataryna Kotula
Horário: 18h00-20h00
Local: Delegação da UE junto da ONU
12 de março
Evento co-organizado entre o Lobby Europeu das Mulheres (LEM), a Coordenação Francesa do LEM (CLEF) e a PpDM com as parcerias da Coalition Against Prostitution (CAP Intl) e da Rede Europeia de Mulheres Migrantes (ENoMW)
Moderadora de painel e Sessão de Encerramento: Ana Sofia Fernandes, Secretária-Geral da PpDM
Moderadora de painel: Alexandra Silva, Coordenadora de Projetos e Investigação da PpDM
Horário: 10h00-12h30
Local: Delegação da UE junto da ONU
Inscrições:Registration Form
Evento do Conselho Internacional das Mulheres (CIM) em parceria com o Korean Institute for Women in Politics (KIWP) e com o Conselho Nacional de Mulheres de França
Horário: 14h30-16h00
Local: CCUN – Church Center for the United Nations
- Reunião entre a Comissária Hadja Lahbib e a Sociedade Civil
Intervenção de: Diana Pinto, Técnica de Projetos, Comunicação e Campanhas da PpDM
Participação de: Ana Sofia Fernandes, Secretária-Geral, Alexandra Silva, Coordenadora de Projetos e Investigação e Maria Sepúlveda, Técnica de Projetos e Gestão do Conhecimento na PpDM
Horário: 16h30-18h00
Local: Delegação da UE junto da ONU
13 de março
Evento co-organizado entre a Rede Europeia de Mulheres Migrantes (ENoMW), a Olympe, a Pangea e a PpDM
Participação de: Maria Sepúlveda, Técnica de Projetos e Gestão do Conhecimento da PpDM
Horário: 09h30-12h30
Local: Swedish Church
Inscrições: REGISTRATION FORM (PHYSICAL EVENT)
Evento do Conselho Internacional das Mulheres (CIM) em parceria com o Korean Institute for Women in Politics (KIWP) e o Welcome Clubs International (WCI)
Horário: 14h30-16h00
Local: CCUN – Church Center for the United Nations
14 de março
Evento da Soroptimist Internacional, da Zonta International e do Conselho Nacional de Mulheres da Dinamarca
Participação de: Ana Sofia Fernandes, Secretária-Geral da PpDM
Horário: 09h00-09h45
Local: Missão Permanente da Dinamarca junto da ONU
- Em torno da Declaração de Matera e em torno da violação
Evento co-organizado entre a Women Without Violence International Foundation (WWVIF) e a PpDM
Participação de: Alexandra Silva, Coordenadora de Projetos e Investigação da PpDM, Perita no Observatório sobre a violência contra as mulheres do LEM
Horário: 11h00-13h00 (a confirmar)
Local: Local em fase de identificação
Participação nos diálogos interativos: intervenção das delegadas da PpDM e do LEM ainda sujeita a confirmação
- 14 de março: Maria Sepúlveda no segmento ministerial Diálogo interativo de alto nível. Pequim+30: Um diálogo com representantes da juventude.
- 17 de março: Diana Pinto no diálogo interactivo sobre desenvolvimento inclusivo, prosperidade partilhada e trabalho digno, e Mary Collins no diálogo interactivo sobre erradicação da pobreza, proteção social e serviços sociais.
- 18 de março: Alexandra Silva no diálogo interactivo sobre o direito a viver livre de violência, estigma e estereótipos, Ana Sofia Fernandes no diálogo interactivo sobre Participação, prestação de contas e instituições com perspetiva de género, e Mary Collins no diálogo interactivo sobre Acelerar a implementação da Plataforma de Ação de Pequim: o papel da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres.
- 19 de março: Mary Collins no diálogo interactivo sobre sociedades pacíficas e inclusivas.
Participação noutros eventos
A Delegação da PpDM participará ativamente em diversas outras iniciativas, incluindo os eventos oficiais e paralelos que decorrem ao longo das duas semanas da CSW.
Eventos Oficiais da CSW69 (Side Events)
Os eventos oficiais são organizados pelas entidades das Nações Unidas e Estados-Membros, com a participação de representantes governamentais, especialistas e organizações da sociedade civil credenciadas. Todo o calendário dos eventos oficiais pode ser consultado aqui.
Eventos Paralelos da CSW69 (Parallel Events)
Os eventos paralelos são promovidos por organizações da sociedade civil, como a PpDM, e coordenados pelo NGO Committee on the Status of Women (NGO CSW/NY). Estes espaços permitem aprofundar discussões críticas e inovadoras, trazendo a voz da sociedade civil para a arena da ONU. Os eventos paralelos podem ser consultados online, após inscrição, aqui.
Março, Mês das Mulheres: Agenda feminista em Portugal
Participação da Direção e do Secretariado Técnico Permanente da PpDM
7 de março
- Sessão Solene Evocativa dos 50 anos da Universalização do Direito das Mulheres ao Voto em Portugal
Participação da PpDM: Ana Sofia Fernandes, Secretária-Geral da PpDM
Horário: 10:00 | Local: Sala das Sessões da Assembleia da República
- Palestra na Clever Adversiting: Dia Internacional das Mulheres
Intervenção da PpDM: Diana Pinto
Horário: 10:00-12:00 | Local: Clever Adversiting Porto
Descrição: No evento promovido pela Clever Adversiting, no Porto, Diana Pinto dinamizará uma palestra sobre a evolução do movimento de mulheres em Portugal e no Mundo.
- Feminismo nos tempos modernos: desafios do movimento | FEMfdup e AEFDUP
Intervenção da PpDM: Diana Pinto
Horário: 17:00-19:00 | Local: Faculdade de Direito da Universidade do Porto
Descrição: O FEMfdup e a AEFDUP promovem uma conversa sobre os desafios do movimento feminista, refletindo sobre avanços e desafios, em diálogo com a comunidade académica do Porto.
8 de março
- Inauguração da Exposição no âmbito da Cerimónia de entrega do Prémio Municipal Beatriz Ângelo | Câmara Municipal de Odivelas
Participação da PpDM: Marta Xavier, estagiária da PpDM
Horário: 19h30 | Local: Centro Cultural Malaposta
Descrição: Exposição evocativa e de homenagem a todas as mulheres e instituições distinguidas, onde se inclui a PpDM, destacando-se pelo seu exemplo e contributo de relevo para uma sociedade mais equilibrada e promotora da igualdade entre mulheres e homens.
10 de março
- Seminário Desigualdade de Género
Intervenção da PpDM: Susana Pereira (Associação Mulher Séc. XXI)
Horário: 10:30-12:30 | Local: Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria
Descrição: Susana Pereira abordará o tema da ciberviolência contra mulheres e raparigas.
19 de março
- 8º Encontro da Rede de ODS na RLVT
Intervenção da PpDM: Luísa Brito e Cunha
Horário: 14:00-17:00 | Local: Nova Medical School, em Lisboa
Descrição: Cooperação para a inovação no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS)
21 de março – 22 de março
- Conferência “As Vozes do Empreendedorismo Feminino”
Intervenção da PpDM: Paula Barros
Horário: 21 de março, 8:00 – 22 de março, 17:00 | Local: Templo da Poesia, Oeiras.
Descrição: Conferência promovida pela Associação Mulheres à Obra, com participação da Presidente da PpDM, Paula Barros, na sessão de abertura.
Destaque: Eventos promovidos pelas organizações-membros da PpDM
7 de março
- Democracia é Substantivo Feminino
Organização: CooLabora – Intervenção Social
Horário: 18h30 de 7 a 8 de março
Descrição: A CooLabora organiza, na Covilhã, um programa para assinalar o Dia Internacional das Mulheres. As celebrações começam no dia 7 de março, ao final do dia, com performances e um debate centrado nos direitos conquistados e na importância de os proteger continuamente. No dia 8 à tarde, a CooLabora convida ainda à participação numa sessão de curtas-metragens na sede da organização, promovendo a reflexão e o diálogo em torno da igualdade entre mulheres e homens.
- Jovens no terraço | Pessoas em situação de sem-abrigo: percursos de sobrevivência e integração comunitária uma conversa com Rita Oliveira, Claudia Nanques
Organização: Graal
Horário: 18h30
Local: Terraço do Graal, Rua Luciano Cordeiro, 24, 6ºA, Lisboa
Descrição: Uma conversa com mulheres que trabalham na área de integração comunitária de pessoas em situação de abrigo e uma mulher que viveu em situação de sem abrigo. Abordar-se-ão os percursos de sobrevivência das pessoas em situação de sem abrigo, com particular enfoque nas experiências das mulheres, e os processos de integração comunitária. Destina-se a jovens até aos 30 anos.
- Calíope – Projeto de Criação Artística e Sensibilização para a Igualdade de Género
Organização: Akto – Direitos Humanos e Democracia
Horário: 21h30
Local: Convento São Francisco, Coimbra
Descrição: O Projeto Calíope tem como objetivo principal transformar a perceção do público face ao papel das mulheres na indústria da música, dando visibilidade a um conjunto de autoras/compositoras de áreas diversas na música e com seguidores/as muito diversificados/as, que dão voz às suas próprias composições e que personificam a possibilidade de criar e controlar a própria carreira artística.
O Calíope ganhou forma em 2023 com nove excepcionais cantoras e autoras da música portuguesa, Marta Hugon (autora e diretora artística do projeto), Joana Alegre, Elisa Rodrigues, A Garota Não, Aline Frazão, Ana Bacalhau, Joana Espadinha, Joana Machado e Luísa Sobral, sob a direção musical de Luís Figueiredo, que se juntaram para lançar CALÍOPE, um trabalho discográfico que culminou num memorável concerto para celebrar o Dia Internacional das Mulheres, em 2024, esgotando o Teatro Maria Matos, em Lisboa.
Este concerto realiza-se no Convento São Francisco, em Coimbra, e conta, também, com a participação do Coro das Mulheres da Fábrica. O valor da bilheteira reverte para a Casa Femina – Casa de Acolhimento de Emergência para Mulheres e Meninas vítimas de Violência de Género, da Akto.
O Calíope conta com o apoio da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) e da Câmara Municipal de Coimbra.
8 de março
- Dia Aberto do SICLF #8M
Organização: Soroptimist International Clube Lisboa Fundador (SICLF)
Horário: 08h00 – 24h00
Local: Centro Comercial Colombo, galeria do Continente
Descrição: O SICLF organiza um Dia Aberto para divulgar a sua missão, história e projetos desenvolvidos. O evento promove parcerias, colaboração e trabalho em equipa, contando com a participação de todos os clubes. O espaço será montado na noite anterior e desmontado após o encerramento. A permanência no evento será organizada em slots de 2h30, com sobreposição, assegurando a presença de 2 a 3 pessoas por turno.
8 a 31 de março
- Dar Cara ao Empoder
Organização: VIDAs – Associação Portuguesa de Menopausa
Local: Online
Descrição: A campanha convida todas as mulheres a partilharem uma fotografia sem maquilhagem ou qualquer artifício, destacando a sua autenticidade e força natural, simbolizada pelo “melhor sorriso”. A mensagem é clara: celebrar mulheres que viveram, aprenderam e se recusaram a ser diminuídas. Mulheres que desafiam as normas e reescrevem as regras, mostrando às novas gerações que envelhecer não significa desaparecer, mas sim abraçar cada fase da vida com orgulho. As fotos partilhadas irão integrar a capa da Comunidade de Saúde em Menopausa – Movimento Menopausa Divertida e da VIDAs – Associação Portuguesa de Menopausa, reforçando a ideia de que a força e a sabedoria das mulheres não têm prazo de validade, e o futuro depende do poder e da energia dessas mulheres destemidas.
Link público https://www.facebook.com/share/1AFGHkNW6Y/?mibextid=wwXIfr»
31 de março
- Mulheres Líderes – Contributos para a Paz e o Desenvolvimento
Organização: BasN – Business as Nature
Horário: 09h00-18h30
Local: Museu do Oriente, Sala Beijing
Descrição: Assinalar o Dia Internacional da Mulher, promovendo um espaço de partilha e reflexão sobre o papel das mulheres líderes na construção da paz e no desenvolvimento sustentável, destacando experiências, desafios e soluções e a importância da participação das mulheres nas áreas da Defesa e Segurança.
O evento contará com três painéis de discussão e uma intervenção principal. As dinâmicas serão conduzidas pela Business as Nature e a CMI Interser, promovendo atividades interativas que incentivam o envolvimento das pessoas participantes. Questões serão levantadas para extrair contributos sobre a participação ativa das mulheres na construção e manutenção da paz.
Fevereiro-Março
- Faces of Equality
Organização: Inspiring Girls Portugal
Local: Online
Descrição: A campanha #facesofequality, lançada pela Inspiring Girls Portugal, visa promover a igualdade de género através de uma coleção de t-shirts com mensagens poderosas e inspiradoras. Cada t-shirt representa um papel importante na luta pela igualdade, convidando as pessoas a refletirem sobre qual delas melhor as representa – seja como sonhadoras, defensoras da igualdade de género, líderes ou pessoas corajosas. O objetivo é não só celebrar as diferentes formas de ação pela igualdade, mas também angariar fundos para que a organização continue a impactar jovens e a combater estereótipos sexistas em escolas e eventos.
Em março, resistência e mobilização
A resistência organizada e a mobilização coletiva são cada vez mais fundamentais. O Dia Internacional das Mulheres de 2025 é o momento de reafirmação do compromisso com a luta feminista e a defesa intransigente dos direitos conquistados.
Há duas décadas, a PpDM tem vindo a participar ativamente no desenho e na monitorização da política global, e a sua participação na 69.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres das Nações Unidas representa mais um passo essencial para garantir que as preocupações e reivindicações das mulheres sejam ouvidas e integradas nos debates e nas políticas internacionais. As diversas iniciativas e eventos programados demonstram a importância da ação conjunta, do fortalecimento de redes e da troca de experiências para impulsionar mudanças estruturais e duradouras.
Sabemos que a luta feminista não se encerra em fóruns institucionais; ela acontece também no quotidiano, nas organizações de base, nos movimentos sociais, nos espaços de trabalho e nas comunidades. Em Portugal, as ações promovidas durante o mês de março pelas organizações-membros da PpDM, e por outras entidades com a participação de elementos da PpDM, reforçam a necessidade de continuarmos a pressionar por políticas públicas eficazes, pelo fim da violência com base no sexo, pela igualdade salarial e pelo reconhecimento do trabalho do cuidado, pelo garante do acesso universal à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos e a exigir a plena participação das mulheres em todos os setores da sociedade.
Três décadas após a adoção da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim, os desafios permanecem, mas a resistência persiste. Como afirmou o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, «a igualdade de género é uma questão de poder, poder que tem sido zelosamente guardado pelos homens desde há milénios. Trata-se de um abuso de poder que está a prejudicar as nossas comunidades, as nossas economias, o nosso ambiente, as nossas relações e a nossa saúde».
Neste #8M2025, reafirmamos que a luta pelos direitos das mulheres é uma luta pela democracia, pela justiça, pela Paz e por um futuro verdadeiramente próspero e sustentável para todas as pessoas.