Lançamento da WOPAI – Uma voz unificada para um movimento global de mulheres
A Plataforma de Ação Internacional das Mulheres, WoPAI, de que a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres é membro, vai realizar o seu lançamento mundial em Nova Iorque hoje, 10 de março de 2025, coincidindo com a 69.ª Comissão sobre o Estatuto das Mulheres e o 30ª aniversário da Plataforma de Ação de Pequim.
“A deterioração global das condições de vida e dos direitos humanos das mulheres está a aumentar significativamente. Tudo, desde as pandemias às guerras, afeta mais as mulheres do que os homens em todos os aspetos e condições de vida, tanto sociais mas, sobretudo, económicos. Pelo facto de sermos mulheres, somos assediadas, espancadas, violadas, exploradas e assassinadas. Os direitos das mulheres e das raparigas têm de ser uma prioridade para o bem do nosso futuro global“, afirma Gertrud Åström, Presidente da WoPAI.
A primeira ação da WoPAI foi uma carta aberta de apoio à Relatora Especial das Nações Unidas sobre a Violência contra as Mulheres, suas causas e consequências, Reem Alsalem. A carta foi assinada por quase 600 organizações e mais de 6000 pessoas e ainda está aberta a novas assinaturas.
De acordo com Susannah Sjöberg, Secretária-Geral da WoPAI:
“As mulheres de todo o mundo agradecem a voz corajosa, independente e honesta de Alsalem. Ela deve ser apoiada quando se pronuncia sobre questões polémicas, incluindo a prostituição e a forma como o reconhecimento da identidade de género socialmente construída em vez do sexo biológico está a ter impacto nos direitos humanos e liberdades fundamentais das mulheres e das raparigas“.
Alsalem foi alvo de críticas injustificáveis e ataques pessoais na sequência do seu relatório, apresentado ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU em 2024, que descreve em pormenor a realidade exploradora e violenta da prostituição. Agora está a ser criticada em antecipação ao seu próximo relatório sobre a violência que as mulheres sofrem porque são mulheres.
“Como sobrevivente, o relatório da Relatora Especial dignifica-me. A prostituição não é uma questão de livre escolha, é violência. Estar na prostituição é ser vítima de violência. Ser uma mulher na prostituição é ser violada enquanto mulher“, Blessing Okoedion.
As organizações que lideram a campanha contra Reem Alsalem são apoiadas por poderosas fundações, como a Fundação Gates, a Open Society e a Fundação Ford, identificadas por muitos defensores dos direitos das mulheres e pela própria Alsalem no seu último artigo, na promoção da narrativa do “trabalho sexual” que legitima a exploração da prostituição, em violação do artigo 6º da CEDAW. Como é óbvio a partir do último ataque a Alsalem, os mesmos grupos estão empenhados em eliminar o sexo na lei, em violação ao artigo 1º da CEDAW.
A WoPAI promove a igualdade substantiva entre mulheres e homens. Defendemos medidas especiais, diferenciadas e temporárias, e defendemos os direitos humanos universais e inalienáveis das mulheres, tal como estão definidos na CEDAW.