Dia Mundial da Ajuda Humanitária: Defender quem arrisca a vida para salvar outras

O Dia Mundial da Ajuda Humanitária, assinalado a 19 de agosto, recorda-nos o papel vital de todas as pessoas que, diariamente, arriscam a vida para levar apoio essencial a milhões de pessoas em contextos de guerra, catástrofes e crises humanitárias.

Infelizmente, os números revelam uma realidade alarmante: 2024 foi o ano mais mortífero de sempre para trabalhadoras e trabalhadores humanitários, com 383 mortes – a maioria membros de equipas nacionais a apoiar as suas próprias comunidades. 

Até agosto de 2025, mais de 260 pessoas envolvidas em missões de ajuda humanitária foram mortas e pelo menos 160 ficaram feridas ou foram raptadas. Estes ataques não só violam o Direito Internacional Humanitário (DIH), como destroem o acesso de milhões de pessoas a alimentos, água, cuidados médicos e educação, afetando de forma duradoura o presente e o futuro de comunidades inteiras.

Apesar das resoluções aprovadas e das promessas feitas, na prática pouco mudou. As regras existem. Falta vontade política e coragem para as fazer cumprir. É urgente que Estados e partes interessadas com influência façam respeitar o DIH e que ataques contra trabalhadoras e trabalhadores humanitários tenham consequências reais.

 

Mulheres na linha da frente

Neste dia, é importante relembrar que as mulheres e raparigas são desproporcionalmente afetadas por crises e conflitos armados – sofrem riscos acrescidos de violência sexual e outro tipos de violência com base no sexo, perda de acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, e enfrentam maiores vulnerabilidades económicas e sociais. Ao mesmo tempo, são também agentes de mudança e resistência, muitas vezes na linha da frente da resposta humanitária.

As organizações de mulheres têm desempenhado um papel crucial em situações de crise, oferecendo apoio direto, criando redes de solidariedade e garantindo que as respostas humanitárias integram as perspetivas e as realidades das mulheres e raparigas. No entanto, estas organizações continuam frequentemente subfinanciadas e invisibilizadas nos mecanismos oficiais de ajuda.

Proteger quem trabalha na ajuda humanitária é também proteger os direitos humanos, em particular os das mulheres e raparigas. Sem garantias de segurança, a ajuda não chega a quem mais precisa. E sem a voz das organizações de mulheres a resposta humanitária corre o risco de perpetuar desigualdades, em vez de as combater.

Neste Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a PpDM junta-se ao apelo global:

  • Que se respeite o Direito Internacional Humanitário.
  • Que se proteja quem protege.
  • Que se acabe com a impunidade. 
  • Que se valorize e financie adequadamente a rede de apoio que salva vidas, garantindo que os recursos cheguem às organizações lideradas por mulheres e às organizações locais, que são frequentemente as primeiras a responder e as últimas a sair.
  • Que se garanta a participação plena e a liderança das mulheres na tomada de decisões humanitárias.

 

#ActForHumanity

 

Fontes:
https://www.aidworkersecurity.org/ 

https://www.unocha.org/ 

https://www.worldhumanitarianday.org 

 

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