Centro Maria Alzira Lemos recebe grupo de formandas do projeto “Roma Influencers”

No dia 26 de setembro o Centro Maria Alzira Lemos – Casa das Associações, recebeu um grupo de formandas do Projeto “Roma Influencers”, em português “Influencers das comunidades ciganas – quebrando o ciclo dos casamentos e da maternidade precoces”, promovido pela CooperActiva.

Este projeto centra-se na capacitação, apoio, proteção e sensibilização das comunidades ciganas, especialmente das mulheres e raparigas procurando contrariar práticas como os casamentos precoces, infantis e combinados e a maternidade em criança, o abandono escolar das raparigas ou a presença diminuta das raparigas nas escolas, entre outras. Estas práticas comprometem os seus direitos humanos, o pleno desenvolvimento das crianças do sexo feminino e a igualdade de oportunidades para as mulheres ciganas em matéria de emprego, rendimento e autonomia.. 

Assim, no âmbito do módulo “Alternativas”, as participantes visitaram a sede da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), onde puderam conhecer a missão, os valores e as linhas de ação da maior organização de sociedade civil dedicada aos direitos das mulheres em Portugal.

Destacámos projetos relevantes para a comunidade cigana, como o Opré Chavalé, que promoveu o acesso de jovens ciganas e ciganos ao ensino superior, bem como iniciativas que incentivam a participação cívica, social e profissional das mulheres e raparigas ciganas. Estas iniciativas demonstram que é possível construir percursos alternativos que contrariem ciclos de exclusão, desigualdade e violência.

A visita constituiu também um momento de reflexão coletiva. Em grupo, foram debatidas diversas formas de violência e discriminação que afetam mulheres e raparigas, tanto na comunidade cigana como na sociedade em geral. Entre as temáticas destacaram-se:

  • Casamentos precoces, infantis e combinados e maternidade em criança, que comprometem o direito à infância, à educação e à autodeterminação das raparigas;
  • A “prova de honra”, uma prática que viola a dignidade e a liberdade das mulheres e raparigas das comunidades que a praticam;
  • A divisão desigual das tarefas domésticas e do cuidado, que perpetua estereótipos sexistas e limita o acesso das mulheres e raparigas a oportunidades de ensino e emprego;
  • A prostituição e a exploração sexual, enquadradas como formas de violência contra as mulheres;
  • A mutilação genital feminina, que apesar de defendida por algumas comunidades como uma tradição, representa uma grave violação dos direitos humanos e da integridade física das raparigas.

Este momento de reflexão permitiu aprofundar a compreensão sobre a forma como diferentes práticas discriminatórias se interligam e como a violência contra mulheres e raparigas constitui um continuum ao longo da vida, presente nas comunidades ciganas e nas ditas comunidades maioritárias.

Para conhecer melhor o que foi o Opré Chavalé: 

Opré Chavalé: os vídeos da campanha 1/3

Opré Chavalé: os vídeos da campanha 2/3

Opré Chavalé: os vídeos da campanha 3/3

 

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