CMAL | Intercâmbio internacional: estudantes alemães visitam a PpDM

No passado dia 30 de abril, o secretariado técnico permanente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) teve o prazer de acolher, na sua sede em Lisboa, um grupo de 15 estudantes da licenciatura em Serviço Social da University of Applied Sciences Esslingen, localizada em Estugarda, Alemanha. Acompanhados por três docentes, as e os estudantes participaram numa jornada de intercâmbio e reflexão sobre direitos humanos, com especial enfoque na promoção da igualdade substantiva entre mulheres e homens.

A visita teve lugar no Centro Maria Alzira Lemos – Casa das Associações, um espaço privilegiado de encontro, reflexão e cooperação entre organizações que atuam na promoção dos direitos humanos das mulheres e da igualdade entre mulheres e homens. Este centro, dinamizado pela PpDM, acolhe e apoia associações de mulheres, promovendo a sua sustentabilidade, o trabalho em rede e a construção de pontes com a sociedade civil a nível nacional e internacional. A escolha deste local simbólico e estratégico para a realização do intercâmbio reforçou o caráter transformador do encontro, proporcionando um ambiente propício à partilha de experiências e ao aprofundamento de perspetivas feministas interseccionais entre diferentes contextos geográficos e socioculturais.

A visita iniciou-se com uma apresentação da missão da PpDM, dos seus projetos em curso e das linhas estratégicas de intervenção que orientam o nosso trabalho. Partilhámos os principais desafios e avanços enfrentados na luta pela eliminação da discriminação estrutural com base no sexo em Portugal, bem como os caminhos traçados na construção de políticas públicas sensíveis ao género.

Seguiu-se uma conversa dinâmica e enriquecedora, onde se cruzaram experiências, realidades e perspetivas entre Portugal e Alemanha. Um dos temas centrais do debate foi o sistema de prostituição, no âmbito do qual apresentamos o posicionamento feminista abolicionista que orienta a estratégia e ação da PpDM, em defesa do Modelo da Igualdade em Portugal, e que reconhece a prostituição como uma forma de violência e exploração com base no sexo. As e os estudantes demonstraram profunda curiosidade e interesse, permitindo um diálogo articulado sobre os diferentes enquadramentos legais, sociais e culturais existentes nos dois países, bem como sobre os impactos destes modelos nas vidas das mulheres.

Houve também espaço para refletir sobre as respostas sociais dirigidas a mulheres em situações de maior vulnerabilidade, incluindo vítimas de violência masculina, migrantes e mulheres em contextos de pobreza. A discussão evidenciou a importância de soluções integradas, sustentadas em abordagens feministas e interseccionais.

Acreditamos que encontros como este são fundamentais para promover uma cidadania ativa, crítica e globalmente informada. Foi com grande satisfação que testemunhámos o empenho, a curiosidade e o compromisso destas e destes jovens e docentes na construção de um futuro mais justo e igual.

Agradecemos ao grupo pela visita e pelo diálogo genuíno que proporcionaram. Continuamos, juntas e juntos, a fortalecer pontes e a aprofundar redes de solidariedade feminista além-fronteiras.

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