PpDM reforça contributo europeu para combate ao ciberbullying com base no projeto bE_SAFE

A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) apresentou contributo à consulta pública da Comissão Europeia sobre o futuro Plano de Ação Europeu contra o Ciberbullying, destacando a necessidade de políticas públicas mais ambiciosas, com perspetiva de género, apoio estruturado a vítimas e responsabilização das plataformas digitais.

A ciberviolência é uma das formas mais prevalentes de violência, afetando desproporcionalmente raparigas, jovens mulheres e grupos em situação de particular vulnerabilidade. A PpDM defende uma abordagem integrada que reconheça o impacto profundo desta violência na saúde e no bem-estar, assente nos direitos humanos, sublinhando a importância de definir e criminalizar a ciberviolência com base no sexo em toda a União Europeia.

bE_SAFE: boas práticas portuguesas com impacto europeu

As recomendações da PpDM estão fortemente alicerçadas na experiência adquirida com o projeto bE_SAFE, que tem desenvolvido ferramentas práticas e metodologias inovadoras para capacitar docentes, forças de segurança, serviços sociais e comunidades educativas na prevenção e resposta à violência online baseada no sexo.

Entre as boas práticas partilhadas com a Comissão Europeia estão:

  • Programa educativo interativo para discentes a ser aplicado por docentes após ação formativa cuja 4ª edição tem abertas candidaturas até 30 de setembro;

  • Propostas de formação especializada para forças de segurança, garantindo respostas mais eficazes e centradas na vítima;

  • Promoção da literacia digital e do pensamento crítico, como forma de prevenção;

  • Apoio específico a vítimas com enfoque na confidencialidade, rapidez de resposta e integração de serviços (apoio a vítimas, educação, saúde, justiça).

Prioridades defendidas no contributo da PpDM

  • Definição harmonizada de ciberbullying a nível europeu, incluindo práticas como perseguição digital, cyberflashing, falsificações digitais, partilha não consentida de imagens intímas e discurso de ódio sexista;

  • Legislação com perspetiva de género, que reconheça as desigualdades estruturais na violência online;

  • Financiamento robusto e contínuo para a prevenção e apoio às vítimas;

  • Responsabilização das plataformas digitais por meio de moderação rigorosa, ferramentas acessíveis de denúncia e transparência;

  • Cooperação entre governos, sociedade civil e plataformas digitais para uma prevenção e intervenção eficazes;

  • Programas de capacitação para mães, pais, docentes e profissionais de justiça.

Um passo a dar pela UE para uma internet segura e igualitária

É importante que o Plano de Ação Europeu contra o Ciberbullying responda às realidades das vítimas e promova uma abordagem feminista e baseada em direitos humanos. O conhecimento produzido pelo bE_SAFE demonstra que soluções eficazes exigem investimento estruturado, educação, prevenção e redes de cooperação internacional. Alexandra Silva, Coordenadora do projeto bE_SAFE pela PpDM

Para mais informações sobre o projeto bE_SAFE disponível aqui.

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