Visita da organização parceira do projeto Tribuna Feminista, a Frente de Mulheres da Noruega, a Portugal

No âmbito do encerramento do projeto Tribuna Feminista: Convocar compromissos, integrar direitos e assegurar o diálogo civil estruturado, promovido pela Plataforma Portuguesa para Direitos das Mulheres (PpDM), e em particular no contexto do Seminário “Os Direitos Humanos das Mulheres no Centro da Democracia”, que teve lugar em Lisboa a 20 de outubro, as representantes da organização parceira do projeto, a Frente de Mulheres da Noruega (Kvinnefronten), estiverem em Lisboa entre 19 e 21 de outubro.

Agnete Strøm e Hilde Bjørnstad, membro fundadora e coordenadora internacional da Frente de Mulheres da Noruega, respetivamente, participaram em diferentes reuniões e iniciativas à margem do Seminário, entre as quais:

  • A 19 de outubro, a Conferência Frente de Mulheres da Noruega (Kvinnefronten): 50 anos de feminismo resistente, no auditório da Universidade Aberta (UAb – Saldanha);
  • A 19 de outubro, reunião entre as organizações de mulheres e os sindicatos das/os trabalhadoras/es, comissão de mulheres da CGTP e UGT: o trabalho conjunto na luta contra a exploração sexual e o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual;
  • A 21 de outubro, 4ª reunião de parceria do projeto Tribuna Feminista;
  • A 21 de outubro, reunião com o Grupo de Trabalho sobre o combate ao sistema de prostituição.

A Conferência, promovida pela PpDM, o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) e o Mestrado em Estudos sobre as Mulheres: Género, Cidadania e Desenvolvimento (MEM-GCD) da Universidade Aberta (UAb), iniciou pelas 09h30, sendo o programa inteiramente dedicado à história (d)e resistência da Frente de Mulheres da Noruega. Afinal, a longevidade da Frente de Mulheres da Noruega é, em si mesma, um feito de admirável resistência e persistência na defesa dos direitos humanos de todas as mulheres. A sua intervenção política ao longo de cinco décadas e a sua capacidade de adaptação a um mundo em constante mudança demonstram não só a atualidade do movimento feminista da segunda vaga, mas também a contemporaneidade de muitos dos desafios que travámos no passado. Assim, o evento pretendeu recuperar a memória histórica da maior organização feminista radical norueguesa, conhecer o seu passado e perspetivar o futuro da sua atividade, reiterando a importância da troca de experiências e de conhecimentos entre organizações de mulheres, estabelecendo redes de cooperação frequentes e além-fronteiras, com vista a um objetivo comum: a emancipação de todas as mulheres e raparigas.

O ambiente foi de partilha honesta e memorável, com ativa participação do público, presencial e virtualmente. O papel fundamental que a Frente de Mulheres da Noruega desempenhou na adoção do Modelo de Igualdade no país e na sua contínua monitorização foi o tema central do debate, tendo-se ainda refletindo sobre os novos e velhos desafios à igualdade plena entre mulheres e homens.

«É por isso que cá estamos, neste espaço que é para nós tão importante – as sinergias entre o trabalho produzido pelas organizações de mulheres e a academia são da maior mais-valia para os nossos objetivos comuns e refletem-se em eventos como este e em projetos como o De Viva Voz II, cujos produtos vos convido a conferir desde já no canal de YouTube e Spotify da PpDM. Esta é também a memória histórica do movimento feminista e das mulheres que o compõem que nos propomos a proteger e disseminar.» Luísa Brito e Cunha, Tesoureira da PpDM, na sessão de abertura da Conferência

Ainda a 19 de outubro, no período da tarde, teve lugar no Centro Maria Alzira Lemos | Casa das Associações, uma reunião entre as organizações de mulheres e a comissão de mulheres da CGTP e da UGT, a propósito do trabalho conjunto entre as organizações de mulheres e as centrais sindicais das/es trabalhadoras/es na luta contra a exploração sexual e o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual. A reunião pretendeu beber das reflexões e experiências das companheiras norueguesas, recorrendo à sua prática histórica de cooperação com as organizações sindicais na mobilização por objetivos concretos, entre os quais a adoção e monitorização do Modelo da Igualdade. Assim, esta foi uma importante iniciativa de aproximação e solidificação de laços de cooperação e trabalho, tendo em vista as duras batalhas que se avizinham.

No sábado, no último dia da visita das companheiras a Lisboa, teve lugar pelas 10h30, na sede da PpDM, a quarta e última reunião de parceria no âmbito do projeto Tribuna Feminista, que encerra no final do mês de outubro. Nas duas horas da reunião, as colegas presentes, Agnete Strøm, Hilde Bjørnstad, Alexandra Silva, Ana Sofia Fernandes e Diana Pinto, finalizaram processos essencialmente contabilístico associados ao decorrer do projeto, tendo ainda discutido possíveis projetos e oportunidades futuras de cooperação. Afinal, a Frente de Mulheres da Noruega foi também a organização parceira do projeto EXIT | Direitos Humanos das mulheres a não serem prostituídas, promovido pela PpDM, que traz para o debate público a realidade do sistema de prostituição em Portugal, apresentando e defendendo a proposta abolicionista de adoção do Modelo da Igualdade. Esta é uma parceria que cremos ser do maior sucesso: é na partilha internacionalista e solidária de estratégias e práticas feministas que projetamos o futuro.

Na tarde de sábado, depois de um almoço partilhado, teve lugar também na sede da PpDM a reunião do Grupo de Trabalho sobre o combate ao sistema de prostituição, contando também com a participação excecional de Agnete Strøm e Hilde Bjørnstad. Refletindo sobre três dias de intenso trabalho, foram compartilhadas estratégias com vista ao fortalecimento do movimento feminista abolicionista e internacionalista, pela eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres e pela realização da igualdade entre mulheres e homens, raparigas e rapazes.


 Tribuna Feminista: Convocar compromissos, integrar direitos e assegurar o diálogo civil estruturado. Projeto implementado pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres em parceria com a Frente de Mulheres da Noruega Kvinnefronten, com financiamento do Programa Cidadãos Ativ@s, proveniente da Islândia, Liechtenstein e Noruega através do Active Citizens Fund/EEA Grants, gerido em Portugal pelo consórcio entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Bissaya Barreto.

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