Seminário os Direitos Humanos das Mulheres no Centro da Democracia | 20 de Out
O seminário Tribuna Feminista: os Direitos Humanos das Mulheres no Centro da Democracia encerra o projeto Tribuna Feminista: Convocar compromissos, integrar direitos e assegurar o diálogo civil estruturado, promovido em Portugal desde junho de 2022 pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), em parceria com a Kvinnefronten – Frente de Mulheres da Noruega. Decorrerá no Auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, no dia 20 de outubro de 2023, entre as 14h30 e as 18h30. A participação é livre, mediante inscrição aqui até 17 de outubro. Evento com tradução simultânea em português e em inglês.
Programa
14h00 – 14h30: Acolhimento
14h30 – 15h00: Boas-vindas e Sessão de Abertura
Fernando Negrão, Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias
Ana Sofia Fernandes, Presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM)
Diogo Figueiredo, Gestor de projetos Eixos 1 e 2,Programa Cidadãos Ativos, Fundação Calouste Gulbenkian
15h00 – 15h50: Convocar compromissos em matéria de Direitos Humanos das Mulheres
- O enquadramento internacional dos direitos humanos das mulheres: ONU, Conselho da Europa e UE – Regina Tavares da Silva, Perita internacional
- Os direitos humanos das mulheres em Portugal: avanços na implementação e melhorias – Clara Sottomayor, Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça
- A implementação da CEDAW na Noruega na perspetiva das organizações de direitos das mulheres e dos sindicatos – Hilde Bjørnstad, Kvinnefronten
Debate
Moderação: Alexandra Silva, Coordenadora de Projetos na PpDM | Kit Informativo Tribuna Feminista: Ativar compromissos para a igualdade entre mulheres e homens
15h50 – 16h50: Integrar os Direitos Humanos das Mulheres e Raparigas na implementação da legislação e das políticas
- Mainstreaming de género no Parlamento Português – Patrícia Faro, Deputada na Subcomissão Parlamentar para a Igualdade e Não Discriminação
- Mainstreaming de género nos orçamentos – Ana Bernardo, Deputada na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças
- Desafios na implementação de políticas baseadas nos direitos humanos das mulheres – Alexandra Andrade, Jurista da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
- O trabalho da Noruega pela eliminação do tráfico e da prostituição – Agnete Strøm, Kvinnefronten
Debate
Moderação: Christine Auer, Técnica de Projetos na PpDM| Documentos de orientação política Tribuna Feminista
16h50 – 18h00: Reforçar o diálogo civil estruturado com as associações de mulheres
- A nível da ONU: Os direitos humanos das mulheres, o combate à violência contra as mulheres e as raparigas, o papel dos parlamentos e das associações de mulheres – Reem Alsalem, Relatora Especial das Nações Unidas sobre a violência contra as mulheres, as suas causas e consequências
Mesa redonda com partidos políticos:
- Isabel Moreira, Deputada do PS
- Lina Lopes, Deputada do PSD
- Alma Rivera, Deputada do PCP
- Inês Sousa Real, Deputada do PAN
Debate
Moderação: Ana Coucello, Aliança para a Democracia Paritária | Kit Formativo Tribuna Feminista e CEDAW: O que falta fazer em Portugal
18h00 – 18h30: Sessão de Encerramento
Ana Sofia Fernandes, Presidente da PpDM
Karina Asbjørnsen, Primeira Secretária da Embaixada da Noruega, na qualidade de Encarregada de Negócios a.i.
Sandra Ribeiro, Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género em representação de Isabel Almeida Rodrigues, Secretária de Estado da Igualdade e Migrações
Descarregue o Programa em PT e em EN.
Descarregue a Nota Concetual em PT e em EN.
Nota concetual
O projeto Tribuna Feminista prosseguiu com a tripla finalidade de (i) convocar para a prática os compromissos internacionais, regionais e europeus em matéria de direitos humanos das mulheres e das raparigas, nomeadamente através da formulação de recomendações concretas; (ii) aferir em que medida a igualdade entre mulheres e homens é implementada nos instrumentos de política que estruturam a década em Portugal, nomeadamente através da orçamentação sensível ao género; e (iii) reforçar o diálogo civil estruturado entre as associações de mulheres – em particular através da PpDM, a maior estrutura da sociedade civil organizada nesta área, com 29 organizações-membros – o Parlamento e o Governo.
Concebido com base em processos imbuídos de uma cidadania ativa e participativa, Tribuna Feminista incorporou diferentes atividades das quais resultaram as publicações:
- CEDAW: o que falta fazer em Portugal em 2022, que explicita o processo de diálogo civil estruturado, promovido pelo Comité CEDAW da ONU, de audição ao Estado Português e às ONG de Direitos das Mulheres, e do qual resultou a formulação de um conjunto de Observações Finais, que devem ser cumpridas num prazo de quatro anos;
- Kit formativo Tribuna Feminista, um pacote formativo que identifica e explicita sinergias entre 3 Convenções de aplicação no Estado Português: a CEDAW – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, a Convenção do Conselho da Europa de Prevenção e Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção de Istambul) e a Convenção do Conselho da Europa relativa à luta contra o Tráfico de Seres Humanos. Este kit pode ser aplicado por todas as entidades com responsabilidades no processo legislativo e de formulação e implementação de políticas;
- Kit informativo Tribuna Feminista, um instrumento de informação e sensibilização dirigido a pessoas interlocutoras, com responsabilidades legislativas e políticas, e às cidadãs e cidadãos com interesse pelo aprofundamento democrático;
- Documentos de orientação política com recomendações relacionadas com o mainstreaming de género e a sua concretização em instrumentos e envelopes financeiros.
Neste contexto, o Seminário Tribuna Feminista será estruturado em três painéis, e terá a participação de oradoras e oradores nacionais com responsabilidades ao nível do Parlamento, do Governo e da Sociedade Civil Organizada, bem como de peritas de reconhecido mérito ao nível internacional e com funções na Noruega e nas Nações Unidas, incluindo a Relatora Especial da ONU sobre a violência contra as mulheres e raparigas, as suas causas e consequências.
Estarão em debate as seguintes questões:
- Os Estados ratificaram várias convenções sobre os direitos humanos das mulheres, como a CEDAW e a Convenção de Istambul, e outras com impacto nos direitos humanos das mulheres, designadamente a Convenção do Conselho da Europa relativa à Luta Contra o Tráfico de Seres Humanos. Em que medida é que estas Convenções foram transpostas para as legislações, políticas e práticas nacionais?
- Duas estratégias são utilizadas para integrar os direitos humanos das mulheres e das raparigas na legislação e nas políticas: o mainstreaming de género e as medidas especiais temporárias. Como está a ser aplicado o mainstreaming de género na conceção e na monitorização das políticas? E na conceção e monitorização da legislação? Que medidas especiais temporárias foram adotadas em termos de legislação e que exemplos devemos salientar no que se refere às políticas executadas? Quais são os desafios que se colocam à implementação efetiva das políticas para as mulheres e as raparigas? Como temas de reflexão, serão abordados o mainstreaming de género no Orçamento do Estado em Portugal, o mainstreaming de género no combate ao tráfico de seres humanos para exploração sexual e à prostituição na Noruega, entre outros.
- A democracia enfrenta os desafios da desintermediação política, da polarização e da fragmentação, ao mesmo tempo que um número crescente de pessoas manifesta a sua insatisfação. Este é o momento crítico para reforçar o diálogo civil estruturado, especialmente com as associações de mulheres. As consultas são cruciais para o sucesso da democracia e para a implementação efetiva dos direitos humanos das mulheres. No entanto, o desafio consiste em assegurar que estes processos de consulta promovem ativamente os direitos humanos das mulheres, a igualdade entre mulheres e homens e o envolvimento das associações de mulheres. Que ações são necessárias, promovidas por quem e em colaboração com quem, para atingir este objetivo?
Este debate decorre no Auditório António de Almeida Santos da Assembleia da República, um espaço simbólico que remete para a associação entre a revisão do Código Civil e a concretização, em democracia, dos direitos das mulheres, num momento histórico que muito contou com a ação empenhada daquele então deputado e de Maria Alzira Lemos, feminista combativa e uma das figuras de referência que esteve na origem da criação da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres.
Boa iniciativa que apoiamos enquanto associação balodiren que defende os direitos das mulheres e meninas.
Djarga seidi
Presidente