Reunião de trabalho sobre mutilação genital feminina, 22 de maio em Lisboa
Decorreu no dia 22 de Maio de 2015, na Universidade Nova de Lisboa, uma reunião de trabalho sobre a Mutilação Genital Feminina (MGF). A reunião contou com a participação da Presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança na Guiné Bissau Fatumata Baldé, e do líder religioso Prof. Malan Djassi, no âmbito de um projecto da AJPAS e a convite da P&D Factor.
Participaram também a CIS-Nova da Universidade Nova de Lisboa, a Plataforma Portuguesa das ONGDs, a PpDM, representada pela Vera Fonseca da EOS – Associação de Estudos, Desenvolvimento e Cooperação, a UNICEF Portugal, bem como outras Associações e entidades oficiais que, em Portugal, trabalham pelo fim da MGF.
O objectivo foi dar a conhecer o trabalho da comunidade Guineense de terreno e a situação das mulheres Guineenses relativamente à prática da MGF, tanto na Guiné como em Portugal. Foram apresentados alguns resultados preliminares do estudo sobre a prevalência da MGF em Portugal, realizado pelo CIS-Nova a pedido da CIG.
Fatumata Baldé sublinhou a importância de se trabalhar em conjunto com o país de origem, conhecer o contexto da situação e o trabalho que está a ser desenvolvido na Guiné Bissau e de se conseguir chegar à base. A presidente do Comité identificou o investimento na educação, as acções de sensibilização e a proximidade com a comunidade como elementos chave para o combate a esta prática.
O líder religioso Malan Djassi procurou desmistificar a associação que é por vezes feita com a religião como justificação desta prática, identificando que não existe qualquer substância para este argumento e apresentado algum do trabalho por ele desenvolvido neste sentido.
A PpDM relembrou que esta é uma prática de violência contra as mulheres, e não apenas uma questão de direito à saúde, bem como a importância deste reconhecimento; o trabalho com as organizações dos direitos das mulheres e igualdade de género é essencial no combate à MGF.
A importância da criminalização da prática, a educação/formação como instrumento de mudança, o envolvimento dos homens e dos rapazes no combate à MGF, bem como a necessidade de se enquadrar a MGF como uma prática de violência contra as mulheres, dentro das questões de Igualdade de Género, e não separadamente, foram algumas das questões debatidas.