Organizações de defesa dos direitos das mulheres apelam à interdição da gestação de substituição na Ucrânia

Vários meios de comunicação internacionais publicaram recentemente imagens chocantes da indústria de gestação de substituição na Ucrânia. Estas imagens mostram um enorme número de recém-nascidas/os que não podem ser recolhidas/os pelos clientes estrangeiros, devido à impossibilidade de viagens entre países motivada pela pandemia COVID-19. A situação lançou luz sobre o sistema desumano do comércio de direitos reprodutivos que caracteriza a indústria da gestação de substituição.

200 organizações de mulheres enviaram uma carta ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelando à proibição de todas as formas de tráfico de crianças e mulheres.

Como referiu Clara Berglund, da International Coalition for the Abolition of Surrogacy Motherhood,

A situação atual na Ucrânia originou a exploração em massa de mulheres pobres, sublinhando a necessidade de uma proteção mais forte dos direitos das mulheres e deixando claro que o turismo reprodutivo na Ucrânia deve parar.

As organizações subscritoras da carta pedem a proibição de todas as formas de tráfico reprodutivo e apelam a que a Ucrânia respeite as convenções internacionais sobre os direitos das crianças e mulheres.

Em Portugal, para além da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, a carta foi subscrita pela AMCV – Associação de Mulheres Contra a Violência, pela CooLabora, pela EOS – Associação de Estudos, Cooperação e Desenvolvimento, pelos Paramédicos de Catástrofe Internacional – Portugal e pela APDMGP – Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e no Parto.

Leia a carta em português ou inglês e assista à entrevista a Maria Dmytriyeva da Democracy Development da Ucrânia com a Rede Europeia das Mulheres Migrantes:

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