No combate ao racismo, lutando pela igualdade entre mulheres e homens

Plataforma Portuguesa pelos Direitos das Mulheres e Lobby Europeu das Mulheres subscrevem apelo da Rede Europeia contra o Racismo

 

A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) e  o Lobby Europeu das Mulheres (LEM) subscrevem o alerta da Rede Europeia contra o Racismo (ENAR) às instituições da União Europeia e ao governo português sobre o aumento dos ataques racistas perpetrados pela extrema-direita em Portugal.

Deputadas, ativistas antirracistas e pessoas racializadas têm sido vítimas, cada vez mais frequentes, de discursos de ódio, ameaças de morte e agressões físicas e verbais. As deputadas Beatriz Gomes Dias, Joacine Katar Moreira e Mariana Mortágua, figuram entre os/as dirigentes antifascistas e antirracistas  que foram alvo de um ultimato exigindo que abandonassem o país e as suas funções políticas, sob ameaça de represálias pessoais e contras as suas famílias. A PpDM e o LEM, membros do Parlamento Europeu e mais de 80 organizações de direitos humanos em toda a Europa, exigem uma resposta institucional ao problema.

A PpDM ressalta ainda a necessidade de encararmos a problemática do racismo de um ponto de vista interseccionalrelevando, em particular, as vivências das mulheres racializadas e das mulheres migrantes. O/A novo/a coordenador/a contra o racismo na Europa, – cargo recentemente anunciado pela Comissão Europeia, – deverá ter presente que a discriminação racial se cruza, entre outras, com a discriminação das mulheres com base no sexo, ou discriminação das mulheres pelo facto de serem mulheres, agravando os efeitos das discriminações por elas vividas e aumentando as desigualdades entre mulheres e homens. Esta é uma dimensão estrutural e transversal a todos os setores da sociedade que não pode ser ignorada no combate ao racismo.

O avanço da extrema-direita na Europa traduz-se em recuos significativos e inaceitáveis na luta pela igualdade entre mulheres e homens, assim como no combate ao racismo e a outras discriminações contra minorias. Estes retrocessos são incompatíveis com os valores basilares do projeto europeu e da sociedade portuguesa, espelhados nos Tratados e na Constituição.

 

“Stand for something or you will fall for anything. Today’s mighty oak is yesterday’s nut that held its ground.”

 

                                                                                                                                                                                                                                                       Rosa Parks

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