Zarifa Ghafari vencedora do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa
A 18 de Outubro de 2022, a PpDM participou na cerimónia de entrega do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, que decorreu na Assembleia da República. Este é um Prémio que «homenageia o compromisso com a defesa e promoção dos direitos humanos, democracia e Estado de direito, bem como o desenvolvimento do diálogo intercultural e o reforço da parceria e solidariedade Norte-Sul, em conformidade com os princípios e prioridades do Conselho da Europa »[1] .
O prémio deste ano foi atribuído a Zarifa Gharafi, ex-Presidente da Câmara de Maidan Shahr, capital da província de Wardak no Afeganistão, pelo seu empenho na defesa dos direitos das mulheres no seu país e pelo exemplo na defesa do direito à educação e à democracia participativa a nível internacional. O prémio foi também entregue ao mecanismo Covax em reconhecimento dos seus esforços para assegurar a disponibilidade de vacinas covid-19 em todo o mundo.
Para além dos discursos da premiada Zarifa Gharafi e do representante do mecanismo Covax, a cerimónia incluiu discursos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do presidente do Comité Executivo do Centro Norte-Sul, Lorenzo Vella, e da Delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Edite Estrela, em representação do presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, bem como da Secretária-Geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric.
Zarifa Ghafari, nascida em 1994, foi uma das primeiras mulheres afegãs a ocupar o cargo de presidente de câmara, e a mais jovem a fazê-lo com apenas 24 anos de idade. Apesar das ameaças de morte e dos ataques, distinguiu-se pelo seu compromisso com os direitos das mulheres no Afeganistão. A sua coragem foi calorosamente recebida pelas várias oradoras e oradores, tendo sempre presente a importância do compromisso com os direitos das mulheres. Com grande emoção, Zarifa Gharafi dedicou este prémio a todas as mulheres afegãs,
“que são forçadas ao silêncio, a quem lhes foram retirados os seus direitos básicos, tais como o acesso à educação, e que correm o risco de perder por completo a sua identidade”.
Com grande franqueza, recordou que a situação no Afeganistão é um assunto mundial, criticou a falta de medidas internacionais tomadas contra o regime dos Talibãs e apelou aos governos europeus para que se coordenassem a fim de exercer mais pressão sobre o regime dos Talibãs e seus aliados.
Destacou-se ainda o discurso particularmente empenhado de Edite Estrela, que afirmou que
“as mulheres não podem abdicar de nenhum dos direitos que são reconhecidos aos homens”, e terminou o seu discurso com “as mulheres não querem privilégios, querem direitos”.
[1] https://eurocid.mne.gov.pt/premios/premio-norte-sul-do-conselho-da-europa-2021