Assembleia Geral e De Viva Voz II “A PpDM nos testemunhos das obreiras”

O Centro Maria Alzira Lemos | Casa das Associações acolheu, no passado dia 12 de novembro, a Assembleia-Geral estatutária do último trimestre da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, num dia repleto de reflexão feminista e sororidade. Os trabalhos foram conduzidos pela Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Patrícia Santos Pedrosa, da MA – Associação Mulheres na Arquitectura.

Para além do Plano de Atividades e do Orçamento, que revelam o vigor, compromisso e trabalho intenso que a organização se propõe realizar em 2023 aprovados por unanimidade, nesta AG foi ainda votada por unanimidade e aclamação, a adesão da PpDM ao Conselho Internacional das Mulheres – uma organização histórica, bastião do movimento feminista internacionalista – voltando assim Portugal a recuperar uma posição histórica que o Estado Novo eliminou. Num momento de estagnação e retrocessos nos direitos humanos das mulheres, o trabalho internacional articulado foi considerado pelas delegadas das organizações-membros à AG da PpDM da maior importância para fazer face às ameaças que surgem um pouco por todo o mundo.

À Assembleia-Geral seguiu-se um debate entre ONGDM, organizado no âmbito do projeto “De Viva Voz II – Por uma ação feminista transformadora” no âmbito do qual a PpDM tem ouvido e potenciado a visibilidade das mulheres que investigam, falam e atuam em prol dos direitos humanos das mulheres, através da criação de um espaço público online de reflexão crítica feminista, sobre os atuais problemas que afetam as mulheres e os novos e velhos obstáculos à sua igualdade social face aos homens, nomeadamente no que diz respeito às desiguais relações de poder e à violência contra mulheres, fomentando também o diálogo intergeracional e a memória coletiva.

Nada melhor neste contexto, do que conhecer a história, as fundações e a estrutura da PpDM, numa reflexão partilhada à medida que novas organizações vão aderindo à PpDM.  “De Viva Voz”, num debate moderado por Maria João Faustino, ouvimos testemunhos diretos de quem impulsionou e participou no processo de estruturação da PpDM: Ana Coucello, Ana Sofia Fernandes, e Regina Tavares da Silva, entre outras que não puderam estar presentes neste dia. Criamos, assim, um espaço para o registo da memória histórica da PpDM, e estimulámos a partilha de saberes entre as várias organizações e gerações que a integram. Refletimos sobre a génese, o percurso e o propósito da PpDM: o contexto em que surgiu, as necessidades a que respondeu e sobre o futuro.

Longamente reflectida e vivamente debatida por um conjunto de ONG já com uma história de trabalho em coligação informal no âmbito do Conselho Consultivo do mecanismo nacional para a igualdade, a criação legal da Plataforma responde acima de tudo à necessidade sentida por estas ONG de se associarem com vista a um reforço significativo do combate pelos direitos das mulheres e pela realização da igualdade num quadro sem equívocos em matéria de autonomia estratégica. – Ana Coucello

Os trabalhos terminaram com os preparativos para a Marcha Feminista Abolicionista do sistema da prostituição, enquadrada no Programa dos 16 Dias pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Raparigas. Esta é uma iniciativa promovida pela PpDM em parceria com o Município de Lisboa, no âmbito da qual decorrerão mais de 65 eventos envolvendo mais de 45 organizações, entre o dia 25 de novembro – Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres e o dia 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos. A Marcha é já no dia 25 de novembro, às 18h30. Vem Marchar connosco !

 

 

De Viva Voz II: Por uma ação feminista transformadora. Projeto promovido pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) em parceria com o Centro de Filosofia e Género da SPF, CEMRI da Universidade Aberta e APEM – Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.

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