14 de fevereiro – One Billion Rising 2018 pela PpDM e nossas organizaçoes-membros
Solidariedade contra a exploração das mulheres continua a ser o mote em 2018. “ONE BILLION RISING REVOLUTION 2018: “SOLIDARITY” RISE! RESIST! UNITE!”
O ano de 2018 marca, ainda, os 20 anos do V-day e dos Monólogos da Vagina enquanto ferramenta para empoderar as mulheres e consciencializar para a violência contra as mulheres e as raparigas. Por todo o mundo, as iniciativa multiplicam-se, e também em Portugal!
CooLabora apoia: One billion rising Universidade da Beira Interior – FCSH | 15 de fevereiro
A campanha internacional “One Billion Rising” desafia as pessoas do mundo inteiro a manifestarem-se pela eliminação da violência contra as mulheres e raparigas. Uma em cada três mulheres é violada ou agredida durante a sua vida. Dia 14 de fevereiro (data oficial da campanha), mil milhões de pessoas em todo o mundo vão levantar-se e dançar, mostrando a força da solidariedade coletiva.
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior (FCSH-UBI) junta-se, uma vez mais, à campanha global, desta vez com a atividade “Join FCSH-UBI and Break the Chain”, a realizar dia 15 de fevereiro, pelas 14h30, no hall da sua entrada principal. Esta ação da FCSH-UBI integra o leque de várias que decorrerão no âmbito do Plano Intermunicipal para a Igualdade para Belmonte, Covilhã e Fundão e que terão lugar nos três concelhos, de 14 a 18 de fevereiro.
Desafia-se estudantes, docentes e funcionárias/os a dançarem ao som de “Break the Chain”, música oficial da campanha, agitando os corpos e a consciência individual e coletiva! Junte-se a nós e até lá vá praticando a coreografia!
PpDM e AMCV: Encontro com Claire McFarlane – Footsteps To Inspire | 16 de fevereiro
Claire McFarlane começou a correr 16 quilómetros na praia em cada país do mundo (230 países) para apoiar sobreviventes de violência sexual, numa iniciativa denominada Footsteps To Inspire.
Ela começou esta iniciativa como resposta ao seu trauma pessoal. Em 1999, ela foi violada e deixada às portas da morte nas ruas de Paris. O que se seguiu foi uma longa luta de 16 anos no sistema de justiça francês que só chegou ao fim em outubro de 2015. Ao partilhar a sua própria história de sobrevivência, Claire McFarlane tornou-se defensora de sobreviventes da violência sexual.
A iniciativa Footsteps To Inspire é sobre diálogo pacífico e uma visão positiva de mudança para sobreviventes de violência sexual em todo o mundo.
A corrida nas praias de todo o mundo levará quatro anos a completar e Claire McFarlane desloca-se entre países todos os 7 – 10 dias. Em cada país, ela corre 16 quilómetros, sempre que possível descalça.
Enquanto parte desta iniciativa, Claire McFarlane reúne com as ONGs de mulheres e os serviços locais de apoio a sobreviventes de violência sexual para partilhar estórias e compreender quais as questões, complexidades, dificuldades e esperanças das sobreviventes em cada país.
Até agora viajou por 33 países e falou com ONG, governos, forças de segurança e da justiça, e sobreviventes em cada país. A violência sexual é mais do que um problema das mulheres e Claire McFarlane fala com toda a comunidade.
Portugal vai ser o país 34. No dia 18 de fevereiro Claire McFarlane vai correr em Peniche – Baleal. Todas as pessoas estão convidadas a juntarem-se a ela. O evento no facebook tem toda a informação.
A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e a Associação de Mulheres Contra a Violência organizam um encontro com Claire McFarlane, em Lisboa, no dia 16 de fevereiro.
Vejam o TEDx talk da Claire McFarlane.
CooLabora: Caminhada urbana contra a violência
A 17 de Fevereiro a CooLabora irá organizar uma caminhada urbana na cidade da Covilhã. A caminhada partirá às 9H da CooLabora e fará um percurso em torno de marcas de violência em espaço público que estão assinaladas em vários pontos da cidade. O regresso está previsto para as 11h, com um momento de festa e de dança coletiva nas instalações da CooLabora. Saiba mais no evento do facebook.
Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto junta-se à campanha mundial ONE BILLON RISING com imagens sobre a episotomia, o pontinho do marido e o toque
Chamando à atenção para a violência vivida pelas mulheres no contexto da assistência à gravidez e ao parto, uma violência tão institucionalizada e normalizada que algumas intervenções até têm nomes pitorescos e caricatos, ditos em tom de brincadeira, com uma piscadela de olho, como “toque maldoso” e “pontinho do marido”. Pensando no V-Day, a APDMGP foca-se na Vagina e toda a indignidade e violência que as mulheres sofrem durante o parto, nessa parte tão significativa e sensível do seu corpo, com consequências físicas e emocionais bastante graves.
Nesse sentido foram criadas três imagens a serem lançadas semanalmente no facebook da Associação, que vão evidenciar as seguintes intervenções:
- EPISIOTOMIA | É o corte feito no períneo da mulher para aumentar o espaço para o bebé passar durante a expulsão. A sua utilização rotineira está associada a uma recuperação pós-parto mais dolorosa, dificuldades no retorno à vida sexual, incontinência urinária ou mesmo fecal, entre outras. Portugal tem uma taxa de episiotomia de 70%, das mais altas da Europa e contra as recomendações de toda a evidência científica relativa a esta intervenção.
- PONTINHO DO MARIDO | Quando se sutura a mulher após o parto, cose-se mais apertado do que a anatomia original da mulher, segundo a falácia de que assim dará mais prazer sexual ao seu companheiro. Para além de não ser assim que as vaginas funcionam, esta prática revela um profundo machismo e violência ainda persistentes na cultura portuguesa, que queremos combater. Foi este argumento que nos valeu a recomendação da CEDAW em 2015 em Genebra. A descrição de que esta prática existia e continuava a acontecer nos hospitais portugueses deixou as peritas perplexas.
- EXAME VAGINAL ou “TOQUE” | O exame vaginal, conhecido na gíria da obstetrícia como “o toque” é um procedimento feito com o intuito de determinar o grau de dilatação do colo do útero, se está apagado ou não, a posição do bebé e quão descido está em relação à pélvis da mãe. Este é um procedimento que terá o seu lugar, quando feito por necessidade, e claro, com o consentimento da mulher que foi devidamente informada sobre a sua necessidade. A verdade é que o exame vaginal apenas permite determinar como está o colo do útero naquele preciso momento. Não existe também evidência de que produzam melhores resultados quer para as mães, quer para os bebés, e concluiu-se que a evolução da dilatação do colo do útero durante o parto fisiológico é algo impossível de se prever, pois não segue uma dinâmica linear. Muitas mulheres sentem que os toques vaginais são invasivos, desconfortáveis ou mesmo dolorosos. As mulheres sobreviventes de abuso sexual são particularmente vulneráveis a esta intervenção, pois este “toque” pode desencadear memórias traumatizantes. Tem ainda alguns riscos associados, nomeadamente, a introdução de bactérias no útero e/ou no bebé.
Mais sobre o One Billion Rising nas palavras de Eve Ensler
Para saber mais sobre o que é a campanha global “One billion rising”, leia o que a sua fundadora, Eve Ensler, escreveu num artigo há alguns anos. Participe! Let’s “Break the Chain”.