As alterações climáticas são um dos maiores desafios que o mundo enfrenta, e que nos afeta a todas/os. No entanto, mulheres e homens afetam e são afetadas/os pelas alterações ambientais e climáticas de diferentes formas; também contribuem para a justiça climática através de diferentes estratégias. Em todos os países, as mulheres e as organizações de direitos humanos das mulheres desempenham um papel importante neste contexto, que tem sido reconhecido pelo programa de trabalho sobre género iniciado na COP 20 em 2014, em Lima. As mulheres constituem metade da população do mundo: naturalmente o planeta não será salvo sem a liderança e plena participação das mulheres. No contexto da 21ª Sessão da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21, 30 de Novembro a 11 de Dezembro de 2015, Paris), a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), coordenação em Portugal do Lobby Europeu das Mulheres (LEM), apela a que a dimensão dos direitos humanos das mulheres e a igualdade de género sejam totalmente integradas no acordo final da COP21, não só ao nível dos princípios gerais, mas também nas disposições relativas à implementação de políticas e mecanismos financeiros e tecnológicos. Mais de dois terços dos 154 países que contribuíram para a COP21 não incluíram a perspetiva dos direitos humanos das mulheres. Apesar do papel de liderança da União Europeia (UE) no avanço das negociações internacionais sobre alterações climáticas, a dimensão da igualdade entre mulheres e homens tem sido praticamente inexistente nas iniciativas e debates políticos a todos os níveis. A PpDM, coordenação em Portugal do LEM, apela à UE para que trabalhe no sentido da concretização dos objetivos estratégicos da Plataforma de Acão de Pequim sobre as Mulheres e o Ambiente, bem como dos seus próprios compromissos recentes sobre Igualdade de Género, Empoderamento das Mulheres e Alterações Climáticas (Conclusões do Conselho de 2012 e 2015), e à implementação concreta de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Conheça aqui as nossas reivindicações à COP21.

Atenção aos momentos críticos e reação atempada

Num mundo em constante mudança, é importante estar alerta! Sabemos que os direitos humanos das mulheres não são eternos e que um qualquer movimento político, filosófico, religioso, etc., pode conseguir ter a influência junto de decisores/as políticos/as necessária para retirar direitos alcançados com lutas. Por vezes, ouve-se falar em backlash. Backlash significa retrocesso e na área da igualdade e dos direitos das mulheres só pode significar retrocesso civilizacional.

É por isso fundamental estar atenta ao que se passa nos círculos do poder político nomeadamente através dos media e de outros pontos de contacto (por exemplo, a página do Parlamento ou do Governo). Quando se luta pelos direitos humanos das mulheres luta-se no campo político e não podemos deixar de acompanhar o que se passa nesse campo. Palavra de ordem – alerta!!